Gestão de Machado chega ao fim marcada por tratamento discriminatório contra servidores e precarização do serviço público


A manutenção de um diálogo constante, transparente e produtivo entre a gestão de uma instituição pública e a entidade representativa dos trabalhadores é essencial para garantir que as demandas da categoria sejam devidamente ouvidas e respeitadas. Esse canal de comunicação, além de facilitar negociações, deve assegurar que a atuação sindical permaneça livre e autônoma, permitindo a mobilização necessária quando os interesses dos servidores não forem atendidos.

Essa perspectiva, porém, não tem sido alcançada no Ministério Público de Sergipe (MPSE) nos últimos quatro anos. O período, que coincide com a gestão de Manoel Cabral Machado Neto no cargo de Procurador-Geral de Justiça (PGJ), foi marcado por diversas ocasiões em que a gestão do órgão deixou de ouvir as reivindicações do Sindicato e da categoria de forma célere e transparente.

A falta de diálogo e de avanços concretos nas negociações gerou, ao longo desses anos, diversos episódios de confronto entre a categoria e a gestão. Entre as primeiras crises, esteve a recusa do PGJ em aceitar a suspensão do trabalho presencial e retorno ao isolamento em nova alta de casos de COVID-19 durante a pandemia, contrariando o pleito dos servidores que buscavam medidas de segurança sanitária, conforme denunciado pelo Sindicato.

Nesse contexto, a categoria seguiu reivindicando um compromisso efetivo com pautas fundamentais, como a equiparação de benefícios e a revisão salarial, enquanto a administração mantinha-se irredutível. Foi nesse período que PGJ se empenhou pela aprovação da Gratificação de Acervo, um adicional aos já elevados salários de promotores e procuradores que motivou protestos dos Servidores.

Em 2021, apesar de tentativas iniciais de diálogo, a gestão de Machado insistiu em travar avanços, alegando contingenciamento orçamentário. A pauta pela revisão inflacionária, um direito constitucional dos trabalhadores, foi reiteradamente negada, enquanto o PGJ promovia o aumento de benefícios para membros da instituição.

A falta de transparência nas discussões, com promessas de estudo das reivindicações sem uma resposta concreta, ampliou o descontentamento. Além disso, a abertura de vagas para estagiários pós-graduandos, sem a realização de concurso público, foi vista pelo Sindicato como uma tentativa de desvalorizar ainda mais os servidores efetivos, intensificando as críticas à administração.

O ano de 2022 trouxe à tona outras questões polêmicas, como o tratamento desigual entre membros e servidores. Enquanto promotores e procuradores recebiam aumentos significativos em auxílios e indenizações, os trabalhadores efetivos viam suas pautas travadas. Mesmo com melhorias orçamentárias, a recomposição salarial não avançou.

Em resposta, o SINDSEMP-SE intensificou as denúncias de injustiça na política salarial, enviando uma Carta Aberta aos Procuradores de Justiça e organizando manifestações para pressionar por respostas. A insatisfação da categoria aumentou à medida que a administração do MPSE aprovava mais cargos comissionados e travava propostas de reajuste para os servidores, o que culminou em uma série de protestos e moções públicas por parte do Sindicato.

Em 2023, os episódios de atrito com a gestão se tornaram ainda mais evidentes. Após a promessa de um reajuste de 6% no salário e nos auxílios para os trabalhadores efetivos, o SINDSEMP-SE enfrentou novas dificuldades, como o cancelamento repentino de reuniões com o PGJ, rompimento do diálogo por duas vezes e a recusa da administração em priorizar a realização de concursos públicos.

A situação foi agravada pela divulgação de uma enquete entre membros para criação de mais Cargos em Comissão (CCs), o que gerou novas críticas do Sindicato, que denunciou a falta de isonomia e a reforma do quadro de pessoal. Ao final do ano, o SINDSEMP “comemorou” o amargo aniversário de seis anos sem uma convocação sequer de servidor público concursado no MPSE.

A gestão Machado se encerra com 54 novos cargos e funções criados. Em junho daquele ano, pela primeira vez surge a informação que o PGJ pretendia encaminhar projeto modificando o auxílio-saúde do MPSE, o que permitiria pagar valores muito maiores aos membros. Além disso, a administração do MPSE se empenhou para inserir uma nova indenização fora do teto constitucional, enquanto adiava indefinidamente o reajuste do auxílio-saúde para os servidores.

Por fim, em 2024, a insatisfação dos servidores atingiu seu ápice. Completando um ano e dois meses sem negociar diretamente com a categoria, Machado manteve travadas pautas importantes, como a revisão inflacionária e a convocação de novos servidores via concurso público, que não é realizado há mais de dez anos. A falta de ações efetivas de combate ao assédio moral e o aumento significativo de Procedimentos Administrativos Disciplinares (PADs) sem fundamentação contra servidores ao longo desses quatro anos de sua gestão, acentuaram ainda mais a percepção de desvalorização.

Mesmo após algumas vitórias isoladas, como o reajuste mínimo de R$ 200 na Gratificação de Especial Operacional (GEO) por cumulação e o Auxílio-Educação Infantil apenas para os servidores que possuem filhos pequenos, a sensação de descaso prevaleceu, especialmente após o PGJ pautar e aprovar no CPJ o aumento do auxílio-saúde para promotores e procuradores, excluindo os servidores, reforçando ainda mais a tônica de sua gestão de tratamento desigual

“Sem dúvidas, foi uma das piores gestões, senão a pior para os servidores. Machado chegou com grande expectativa da categoria, que acreditava que poderia fazer diferente e valorizar nossa carreira, mas com o tempo foi se mostrando mais do mesmo. Foi uma gestão que focou principalmente em promover ganhos remuneratórios aos já altos salários de promotores e procuradores, enquanto o órgão ficava 10 anos sem concurso, cada vez com menos servidores e os que ficam estão desestimulados com a ausência de valorização. Até cobertura de estacionamento para o público a gestão de Machado deixou de fazer, pra se ter uma ideia”, avalia Roque Sousa, coordenador de Relações Institucionais e Comunicação do SINDSEMP.

Foram muitas as as mensagens concretas e simbólicas que o PGJ deu de que os servidores não estavam entre suas prioridades. Prova disso é que, no mesmo período em que celebrou os 20 anos da primeira turma de promotores concursados da casa, houve silêncio institucional total dos 15 anos dos primeiros servidores concursados. São quatro anos sem publicar um edital de concurso sequer – período em que a perda de servidores da instituição chega a uma média de sete por ano.

Infelizmente, o gestor deixa o cargo entrando para a memória dos servidores como um PGJ que nada fez pelos servidores além de conceder migalhas enquanto dispensava uma grande parcela do orçamento da instituição para promotores e procuradores. De seus colegas, Machado deverá receber a reverência de uma ótima gestão. Para os servidores, entretanto, restou a sensação de desrespeito. Nós, os Trabalhadores Efetivos do MPSE, bem como o povo sergipano, não nos esqueceremos desse gosto amargo da desigualdade.

 

 

 

 

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SINDSEMP questiona quebra de isonomia no CNMP e pede observância de resolução


O SINDSEMP protocolou, na sexta, dia 11, um Procedimento de Controle Administrativo no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) questionando a recente resolução aprovada no Ministério Público de Sergipe (MPSE) que prevê uma grande diferença entre os valores do auxílio-saúde entre membros e servidores. O Sindicato vê uma clara violação do princípio da isonomia na resolução.

O Sindicato argumenta que o MPSE não apresentou justificativas suficientes para a diferença nos valores, nem demonstrou qualquer limitação financeira que impediria o tratamento isonômico. Além disso, ressaltou que a ausência de estudo de impacto financeiro corrobora a arbitrariedade na diferenciação de valores entre as categorias.

O projeto de lei em questão estabelece que os membros (promotores e procuradores) recebam o auxílio com base em um percentual sobre seus subsídios, enquanto os servidores teriam um valor fixo, significativamente inferior. Para o SINDSEMP, tal medida é discriminatória e vai contra a Resolução CNMP nº 223/2020, que prevê tratamento igualitário para o auxílio-saúde, respeitando os limites orçamentários sem diferenciar membros e servidores.

Diante disso, o SINDSEMP solicitou ao CNMP a notificação do Procurador-Geral de Justiça (PGJ), Manoel Cabral Machado Neto, para que apresente explicações sobre a distinção de valores no auxílio-saúde entre membros e servidores do órgão. O sindicato também pediu que o presidente do Conselho Federal da OAB fosse notificado para que emita parecer sobre a questão, conforme previsto na Constituição Federal.

Além disso, o SINDSEMP requer a anulação dos atos administrativos questionados e a adequação do projeto de lei para garantir que todos os beneficiários recebam o mesmo valor de auxílio-saúde, respeitando os limites orçamentários e as normas estabelecidas na Resolução CNMP nº 223/2020, com a redação da Resolução nº 268/2023.

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Assembleia Geral aprova regimento e comissão eleitoral e reforça necessidade de participação da categoria na gestão do sindicato


Na tarde de quinta, dia 10, a assembleia do SINDSEMP aprovou o regimento eleitoral das próximas eleições do Sindicato, que acontecem no dia 29 de novembro. O documento foi aprovado por unanimidade pelos presentes.

A comissão eleitoral contará com Matheus Mendonça, Hudson de Oliveira e Mariana Lima, além de um representante de cada chapa inscrita. Caberá à comissão organizar o pleito, receber e homologar as inscrições e formalizar os resultados das eleições que elegerá uma nova Diretoria Executiva e Conselho Consultivo Fiscal.

A assembleia também abordou o andamento das negociações com a gestão do MPSE e uma avaliação sobre o momento atual do sindicato. Nesse momento, foi enfatizada a importância de manter a participação da categoria sempre constante e reforçou o convite para interessados em compor chapa para o pleito deste ano.

Dennis Freitas, coordenador de Finanças, destacou as dificuldades enfrentadas pela diretoria em manter o trabalho sindical ativo. “Não adianta só pautar a luta de classes, é muito estudo e articulação. Por isso precisamos de mais pessoas trabalhando conosco”, disse. Ele ainda enfatizou a importância de manter o sindicato vivo e operante, especialmente após a mudança do período de mandato de dois para três anos.

Mariana Rocha, coordenadora de Políticas Sociais, lembrou que nesse embate pelos direitos dos servidores, é preciso que o senso de coletividade seja sempre fortalecido. Ela lembrou a última sessão do Colégio de Procuradores de Justiça (CPJ), onde o corporativismo dos promotores e procuradores foi mais uma vez exposto.

“Os membros são unidos, votam juntos, e nós precisamos reforçar isso. Quem puder dedicar seu tempo ao sindicato, a coletividade agradece”, afirmou.

Roque Sousa, coordenador de Relações Institucionais e Comunicação, ressaltou que a atuação no sindicato é um aprendizado constante. “Nem todos precisam estar na linha de frente, mas precisamos de mão de obra para manter o sindicato ativo”, afirmou.

Ao fim da assembleia, a Diretoria Executiva destacou que interessados podem entrar em contato com os atuais integrantes para fechar uma chapa que represente a unidades da categoria em prol da luta coletiva.

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Novo convênio: filiados ao SINDSEMP têm 9% de desconto no Colégio do Salvador para 2025

O SINDSEMP acaba de oficializar mais um importante benefício para os Trabalhadores Efetivos do MPSE: um convênio com o Colégio do Salvador, uma das instituições de ensino mais tradicionais e respeitadas do estado. Agora, os filiados ao Sindicato poderão garantir um desconto exclusivo de 9% para novos alunos em 2025, cujos responsáveis sejam filiados ao SINDSEMP.

O Colégio do Salvador é referência em qualidade de ensino e formação integral dos seus estudantes, com uma trajetória de excelência reconhecida em Sergipe. Esse novo convênio reforça o compromisso do SINDSEMP em oferecer benefícios reais que impactem positivamente a vida dos seus filiados e de suas famílias.

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EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA ELEIÇÕES E ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA


A Diretoria Executiva do SINDSEMP-SE convoca a categoria para Assembleia Geral Extraordinária dos Trabalhadores Efetivos do Ministério Público de Sergipe, a ser realizada no formato virtual, no dia 10 de outubro de 2024, com início às 14h45, em primeira chamada, e às 15h, em segunda chamada, quando será discutida a seguinte pauta:

1. Aprovação do Regimento Eleitoral e formação da Comissão Eleitoral para as Eleições para membros da Diretoria Executiva e membros e suplentes do Conselho Consultivo e Fiscal, a ser realizada no dia 29 de novembro de 2024, na sede da CUT, localizada na Rua Porto da Folha, nº 1039, Bairro Getúlio Vargas, nesta capital.

2. Avaliação das ações do sindicato, das negociações com a gestão do MPSE e deliberação quanto às próximas ações da categoria

Obs.: O link de acesso será disponibilizado no horário marcado a todos os filiados através dos nossos grupos de whatsapp ou mediante solicitação do servidor.

Atenciosamente,
Diretoria Executiva do SINDSEMP-SE

Convocação Assembleia SINDSEMP 10 10 2024

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Farinha “pouca”, meu pirão primeiro: CPJ aprova auxílio-saúde de ostentação para promotores e procuradores do MPSE


Indignação, desapontamento e frustração foram sentimentos bem comuns entre os servidores presentes na sessão do Colégio de Procuradores de Justiça (CPJ) na manhã desta quinta, dia 3. Mas não surpresa. A categoria já esperava que mais uma medida privilegiando os membros (promotores e procuradores) do Ministério Público de Sergipe (MPSE) fosse aprovada.

Categoria promete continuar protestando contra a medida que aumenta ainda mais o fosse da desigualdade dentro do MPSE

Como já era de se esperar, os integrantes do órgão colegiado passaram o projeto de autoria do Procurador-Geral de Justiça (PGJ), Manoel Cabral Machado Neto, e o auxílio-saúde dos membros terá cálculo diferente dos servidores – entre 10% e 15% de seus já elevados subsídios. Com isso, o benefício para o alto escalão irá variar entre R$ 3.405 a R$ 5.957 já este ano e de R$ 3.587 a R$ 6.276 em 2025 exclusivamente para promotores e procuradores na ativa e aposentados da instituição.

Órgão colegiado aprovou com apenas um voto contrário a medida que privilegia promotores e procuradores

A medida faz com que  os membros recebem um valor três vezes maior que os recebidos pelos servidores efetivos. A insatisfação da categoria era evidente. Comparecendo em grande número, com cartazes em mãos, os Trabalhadores Efetivos presenciaram uma sessão repleta de discursos vazios e sem compromisso real.

Servidores ocuparam galeria do CPJ e manifestam indignação com mais uma medida de desrespeito à categoria

O coordenador de Comunicação do SINDSEMP, Roque Sousa, fez um pronunciamento firme em defesa da categoria,. Em seus 10 minutos concedidos pelo regimento do CPJ, ele destacou a importância de preservar a isonomia na MPSE e o absurdo recado que a gestão do órgão para os servidores de que a saúde da base vale menos que a do alto escalão. Ele enfatizou a forma como o orçamento da instituição sempre atende aos anseios dos membros, mas que nunca há margem para atender aos pleitos estruturais dos servidores.

Roque: “é como se a instituição estivesse dizendo: “A VIDA DE VOCÊS VALE MENOS!”

Confira na íntegra o pronunciamento de Roque Sousa clicando ou tocando aqui. O vídeo, capturado na live da sessão do CPJ, contém também as falas do diretor dos aposentados da Associação Sergipana do Ministério Público (ASMP), Alonso Gomes Campos Filho, e dos integrantes do órgão colegiado, além do próprio PGJ. O pronunciamento também pode ser lido clicando ou tocando aqui.

Apesar das declarações feitas por integrantes do CPJ, afirmando que no futuro poderiam ser discutidos benefícios e reajustes para os servidores, a realidade demonstrou que as promessas não passam de palavras vazias. A categoria, que já amarga os piores vencimentos do Brasil, ouviu promessas vagas de conquistas que poderiam acontecer apenas em “condições orçamentárias mais favoráveis no futuro”.

Cartazes empunhados questionam ao órgão colegiado se a vida e a saúde dos servidores valem menos do que a dos promotores e procuradores

O projeto agora segue para a Assembleia Legislativa de Sergipe (ALESE), onde será votado e, se aprovado, poderá entrar em vigor ainda em 2024. Apesar do resultado frustrante, o SINDSEMP reforça que a luta por justiça e equidade continua. Não descansaremos até que as injustiças na política remuneratória do MPSE sejam resolvidas.

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CPJ pauta quebra de isonomia do auxílio-saúde entre membros e servidores para sessão desta quinta, dia 3

Após solicitar informações sobre a possibilidade de quebra de isonomia do auxílio-saúde de membros e servidores do Ministério Público de Sergipe (MPSE), os Trabalhadores Efetivos da instituição foram surpreendidos pela pauta do Colégio de Procuradores de Justiça (CPJ) nesta quinta-feira, dia 3. Isso porque na sessão será discutido justamente o projeto que separa as duas categorias e cria mais um fosso entre os privilégios de promotores e procuradores em relação aos servidores.

Se aprovado no CPJ nesta quinta, projeto segue para ALESE e deve entrar em vigor ainda em 2024, gerando mais despesa no orçamento do MPSE

Conforme o projeto, agora membros receberão auxílio-saúde no percentual entre 10% e 15% de seus subsídios. A partir de 2025, os membros do MPSE terão remunerações que variam entre R$ 35.877,27 e R$ 41.845,48, mantendo-se como uma das cinco mais altas do país. Além do subsídio, eles recebem indenizações que incluem abonos, férias e licenças-prêmio (com prioridade sobre os servidores), bem como auxílios de alimentação, saúde e educação infantil.

“Agora, o auxílio-saúde dos promotores e procuradores vai variar entre R$ 3.400 e R$ 3.770. A partir de fevereiro, já tem aumento garantido dos subsídios e o auxílio vai para R$ 3.580 a R$ 3.970”, revela Dennis Freitas, coordenador de Finanças do SINDEMP.

Pelo projeto que será votado nesta quinta, dia 3, promotores e procuradores receberão auxílio-saúde no percentual de 10% a 15% de seus subsídios

DISPARIDADE ACENTUADA

Um  dado que revela a gritante diferença entre as duas categorias do MPSE é que a soma dos abonos recebidos pelos membros ultrapassa os salários iniciais combinados de técnicos e analistas do MPSE, o que acentua ainda mais a desigualdade dentro da instituição.

Enquanto isso, os servidores efetivos possuem uma das piores remunerações do Brasil, ocupando a segunda posição mais baixa no ranking nacional. Embora recebam auxílios de alimentação, saúde e educação infantil iguais aos dos membros, sua indenização por licenças-prêmio só ocorre após o pagamento da parcela dos promotores e procuradores.

Além disso, o novo auxílio-saúde aprovado em 2024 prevê um aumento significativo para os membros, que chega a mais de 210%, enquanto os servidores continuarão com os mesmos valores, evidenciando ainda mais a disparidade.

“Promotores e Procuradores poderão receber o triplo ou até o seis vezes mais que os servidores. Além disso, o reajuste dos subsídios passarão a incidir automaticamente no auxílio dos membros, enquanto o nosso poderá ficar ainda mais estagnado”, destaca Dennis.

Esse projeto, portanto, deve também manter o auxílio-saúde dos servidores estagnado, sob o argumento de falta de recursos. Este sempre tem sido o pretexto usado pela gestão da instituição ao manter privilégios dos membros e ignorar as pautas dos servidores.

CONVOCAÇÃO PARA ATO

Contra essa injusta medida, o SINDSEMP convoca todos os servidores para a sessão do Colégio de Procuradores de Justiça (CPJ) nesta quinta-feira, dia 3 de outubro, às 10h, quando será discutido o projeto que propõe a quebra de isonomia no auxílio-saúde entre membros e servidores do MPSE.

A proposta, ao tratar de forma desigual membros e servidores, levanta uma pergunta séria e incômoda: a vida e a saúde de um servidor valem menos que a de um promotor ou procurador?

O SINDSEMP reforça que a saúde é um direito de todos e não há justificativa plausível para essa disparidade que, na prática, reforça a existência de uma classe privilegiada dentro da instituição, deixando os servidores, que são a base do funcionamento do MPSE, em segundo plano. “A Diretoria Executiva do SINDSEMP terá direito de fala na sessão. Agora cabe aos servidores fazerem sua parte. Vamos juntos lutar contra essa proposta desrespeitosa e mostrar que nossa categoria está unida e forte”, encerra Dennis.

 

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SINDSEMP COBRA POSICIONAMENTO DO PGJ SOBRE LICENÇA-PRÊMIO E QUEBRA DE ISONOMIA NO AUXÍLIO-SAÚDE ENTRE MEMBROS E SERVIDORES


O SINDSEMP protocolou na segunda, dia 23, ofício junto à Administração Superior do MPSE solicitando informações essenciais para a categoria. Entre os pleitos mais urgentes, o Sindicato reivindica a concessão de licença-prêmio convertida em pecúnia para servidores ainda em 2024, em consonância com esse mesmo direito já assegurado aos membros (promotores e procuradores).

De acordo com relatos recebidos pelos servidores, o benefício de conversão da licença-prêmio já foi autorizado para os membros do MPSE, o que gera uma expectativa de que a mesma medida seja estendida de maneira igualitária aos servidores efetivos. O SINDSEMP destaca que essa política de valorização deve ser aplicada de forma isonômica, respeitando o equilíbrio na gestão orçamentária e evitando privilégios para um único segmento do quadro de pessoal.

Além disso, o ofício também busca esclarecimentos sobre um projeto que estaria tramitando no Colégio de Procuradores de Justiça (CPJ), cujo objetivo seria dissociar o auxílio-saúde destinado a membros e servidores. Segundo informações obtidas, a proposta pretende aumentar significativamente os valores destinados aos membros do MP, sem qualquer alteração para os servidores efetivos, o que preocupa a categoria.

O SINDSEMP reforça que a medida pode ampliar o abismo salarial dentro da instituição e intensificar o sentimento de desvalorização dos servidores, que já acumulam perdas inflacionárias e percebem uma desvalorização constante nos últimos anos.

O Sindicato aguarda respostas da Administração Superior sobre ambos os temas, com a expectativa de que haja uma solução justa e que valorize de forma igualitária todos os trabalhadores que compõem o Ministério Público do Estado de Sergipe.

O ofício foi protocolado com pedido tramitação sem restrições no sistema GED, sob o critério de acesso “público”, com número 20.27.0076.0001908/2024-47.

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II CONSEMP: servidores debatem luta da categoria no MP brasileiro e aprovam reforma estatutária


O Hotel da Costa foi palco no último sábado, dia 14, do II Congresso Estadual dos Servidores do Ministério Público de Sergipe (CONSEMP), um evento de suma importância para os trabalhadores do órgão. Os filiados se reuniram para discutir questões essenciais para a categoria e a programação contou com a participação de Alberto Ledur, presidente da Federação Nacional dos Servidores dos Ministérios Públicos Estaduais (FENAMP), que abordou a atuação da Federação no cenário nacional e traçou paralelos com o MPSE.

Ledur: “orçamento do MP brasileiro está sequestrado” (Foto por Júlia Rodrigues)

Em sua palestra, Ledur apresentou dados alarmantes sobre a precarização do trabalho nos Ministérios Públicos de todo o Brasil. Um dos principais pontos foi o estudo da FENAMP sobre a desproporção entre cargos comissionados (CCs) e servidores efetivos. Ele ressaltou o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que a proporção de comissionados e efetivos deve ser, no máximo, de 50%. No entanto, em muitos estados essa proporção está sendo ignorada e o MPSE não é exceção, com tendência a atingir o mesmo patamar.

Dados impactantes pelo Brasil indicam tendência nefasta para MPSE (Foto por Dennis Freitas)

“Estados como Mato Grosso, Santa Catarina e Paraná possuem proporção próxima a dois CCs para cada efetivo”, destacou Ledur, alertando para os perigos dessa política de inflar o órgão com comissionados, o que compromete a qualidade do serviço público.

Ação contra a precarização e assédio no MP

Ledur também destacou a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) que a FENAMP moveu em vários estados, na tentativa de reverter esse quadro. O objetivo da Federação é garantir que haja uma adequação nacional, para que todos os estados se conformem com a proporção máxima entre efetivos e CCs. Além disso, ele sublinhou que outra luta é para que, dos cargos comissionados, apenas 25% sejam ocupados por não-servidores de carreira.

Diálogo com servidores do MPSE expõe precarização dos MPs estaduais (Foto por Júlia Rodrigues)

Outra questão abordada foi o uso excessivo de estagiários de pós-graduação, que em alguns estados já representam 40% do quadro. Em sua fala, Ledur alertou que em certos locais há mais estagiários de pós do que servidores efetivos. “Por isso, nossa principal pauta é sobre o sequestro do orçamento do MP, já que as carreiras estão sendo enfraquecidas e o orçamento é destinado para privilégios dos membros”, enfatizou.

“A luta por saúde mental dos servidores é uma prioridade da FENAMP”, diz Ledur (Foto por Júlia Rodrigues)

A saúde mental dos servidores também foi um dos temas centrais da palestra. Ledur chamou a atenção para a falta de políticas efetivas de proteção contra o assédio moral e sexual e como isso afeta a saúde mental dos servidores. Ele destacou o exemplo do MP-RS, onde os resultados de uma pesquisa realizada pelos departamentos de psicologia da UFRGS e da Unisinos foram negados pela administração do órgão. “Nosso esforço é para que haja uma política nacional de saúde mental e que os casos de assédio sejam investigados e punidos”, afirmou.

Deliberações da categoria

II CONSEMP reuniu servidores para debater pautas fundamentais no MPSE (Foto por Júlia Rodrigues)

Após a palestra de Alberto Ledur, o congresso prosseguiu com um debate mediado por Dennis Freitas, que proporcionou um diálogo aberto entre os servidores e a Federação. Jones Manoel, presidente do SINDIJUS, sindicato co-irmão do SINDSEMP em várias lutas, enalteceu o congresso, a palestra de Ledur e reforçou os laços que unem as duas entidades.

Jones reforçou parceria nas lutas entre SINDSEMP e SINDIJUS (Foto por Júlia Rodrigues)

Em seguida, a categoria deliberou sobre suas próximas ações. Um dos resultados mais significativos foi a aprovação de uma moção dos Trabalhadores Efetivos do MPSE, documento que embasará a luta da categoria pelos próximos anos.

Mudanças estatutárias refletem nova fase do sindicato (Foto por Júlia Rodrigues)

Além disso, importantes mudanças estatutárias foram aprovadas, adequando a normativa do Sindicato às demandas e realidades atuais da categoria e do MP. Após a devida formalização, incluindo o registro da ata, da lista de presença, da moção e das alterações estatutárias no cartório, os documentos serão disponibilizados para toda a base.

Com o II CONSEMP, o SINDSEMP reafirma seu compromisso em fortalecer a luta dos servidores, garantindo que todas as vozes sejam ouvidas na luta para que os direitos da categoria sejam respeitados.

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A importância da redução da jornada de trabalho no MPSE: qualidade de vida e produtividade


A pauta da redução da jornada de trabalho no Ministério Público de Sergipe (MPSE) é uma das mais importantes reivindicações dos servidores. Proposta pelo SINDSEMP, essa medida visa a implementação de uma jornada diária de 6 horas, sem qualquer prejuízo salarial ou custo adicional para o órgão. Essa redução, além de beneficiar diretamente os servidores, traria inúmeros ganhos para a instituição como um todo.

A redução da jornada é uma tendência mundial em ambientes que buscam melhorar a qualidade de vida de seus colaboradores. Estudos indicam que a diminuição da carga horária diária resulta em aumento da produtividade, uma vez que servidores com uma carga menor de trabalho tendem a ser mais concentrados e eficientes nas tarefas executadas. Menos horas de trabalho não significam menos resultados, pelo contrário, quando a qualidade de vida é priorizada, o trabalho se torna mais focado e eficaz.

Além disso, a redução da jornada também promove a melhoria na qualidade do serviço prestado à sociedade. Servidores menos sobrecarregados conseguem dedicar mais atenção aos detalhes e atender com mais dedicação às demandas do MPSE. Isso significa que a prestação dos serviços públicos ganha em eficiência e qualidade, o que é um benefício direto para toda a população sergipana.

A saúde mental e o bem-estar dos servidores também são pontos de destaque nessa discussão. Com uma jornada de 6 horas, os servidores terão mais tempo para cuidar de suas necessidades pessoais e familiares, reduzindo o estresse e promovendo um equilíbrio maior entre vida profissional e pessoal. Isso se reflete em um ambiente de trabalho mais saudável e harmonioso, onde os servidores se sentem mais motivados e engajados em suas funções.

Outro ponto positivo é que essa mudança não implicaria em custos adicionais para o MPSE. A proposta é financeiramente viável, pois a redução da jornada não demandaria contratações extras ou gastos adicionais para o órgão. Assim, trata-se de uma medida de valorização dos servidores, que, sem dúvida, se traduzirá em um aumento da eficiência e qualidade dos serviços prestados.

Dessa forma, o SINDSEMP reafirma o seu compromisso com a melhoria das condições de trabalho no MPSE e acredita que a implementação da jornada de 6 horas é um passo fundamental para a valorização dos servidores e a construção de um Ministério Público mais eficiente e humano.

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