Professoras e professores da rede estadual de ensino paralisaram as atividades nas escolas e fizeram um ato no Calçadão da João Pessoa, no Centro de Aracaju, na manhã de hoje, 12 de novembro.
O objetivo do ato, decidido na assembleia geral da categoria que aconteceu na XVIII Conferência Estadual de Educação, foi denunciar para a população a política do Governo Fábio Mitidieri, que desrespeita, desvaloriza e criminaliza professores.
Em luta desde o início do ano, o governador Fábio já não conversa com a categoria – além de ofender professores, dizendo que não os vê trabalhar -, e o secretário de Educação, Zezinho Sobral, recebeu poucas vezes o SINTESE, mas em reuniões sem avanços.
“Já foram cerca de 40 ofícios enviados ao longo do ano para a Secretaria de Educação solicitando audiência, mas sem retorno. É uma das muitas formas de desrespeito à categoria por parte do governo, como premiações excludentes e congelamento da carreira”, disse o professor Paulo Lira.
“Eu tenho 34 anos de magistério na rede, eu sou doutorando e tenho um salário muito rebaixado para a minha qualificação porque nós não temos uma carreira que nos valorize. Não é prêmio que valoriza. O que valoriza, na verdade, é a nossa carreira”, comentou.
Demonstrando, mais uma vez, sua face tirana e perseguidora o governador Fábio Mitidieri ataca frontalmente a honra e a dignidade do presidente do SINTESE, professor Roberto Silva, ao solicitar do Tribunal de Justiça de Sergipe abertura de inquérito policial contra o dirigente sindical, por conta da luta que vem sendo encampada pelo SINTESE na Rede Estadual de Ensino.
Não satisfeito o governador pediu ainda multa de 250 mil reais contra o SINTESE , devido à paralisação das professoras e professores da Rede Estadual de Ensino, nesta terça-feira, 12, e solicitou ainda o bloqueio das contas do sindicato. O que, sem dúvida, é mais uma tentativa do Governo do Estado de se utilizar do poder judiciário para oprimir o movimento e a luta legítima das professoras e professores.
O SINTESE obteve tais informações através da imprensa.
“É um processo muito grave de criminalização da luta sindical. Soubemos pela imprensa desta liminar do governo, com o pedido de multa, bloqueio de contas e abertura de inquérito policial. Isso tudo é de uma gravidade tremenda e a sociedade precisa se posicionar. E, nós, professoras e professores, estamos com professor Roberto, não vamos abaixar a cabeça. Seguimos na luta!”, afirmou Ivonete Cruz, diretora de Bases Estaduais do SINTESE.
“É importante manter a luta, porque os professores estão reivindicando somente o direito que é deles. Ser professor é resultado de estudo, é resultado de aprimoramento, é resultado de trabalho. E esse trabalho deve ser valorizado. Por isso, enquanto o governador não fizer o seu papel de mediador e dialogar, efetivamente, com o representante da categoria do magistério da rede estadual, que é o SINTESE, os professores e professoras continuarão na luta”, disse Caroline Santos, vice-presidente da CUT Sergipe.
Além da CUT Sergipe, o magistério estadual e seu sindicato, o SINTESE, contam com o apoio da sociedade. Cento e quatro entidades assinaram uma nota de solidariedade ao SINTESE e repúdio à política do Governo de Sergipe.
“É uma honra poder participar, apoiar e fortalecer essa luta tão importante que, infelizmente, passa por um momento difícil por parte da atuação do governador do Estado, Fábio Mitidieri. É um governador que desrespeita a nossa democracia, a nossa legislação, achando que pode fazer o que quiser com o nosso Estado, ameaçando a luta do trabalhador, dizendo que vai conversar com o judiciário. Isso vai de encontro com todo o nosso processo, nosso Estado democrático de direito”, disse a professora e deputada estadual Linda Brasil.
“A luta dos professores é a luta também do MST, é a luta de todo o povo sergipano. Isso é uma luta justa, é uma luta que merece todo o nosso apoio, toda a nossa solidariedade, porque não podemos permitir o que o governo do Estado vai fazendo com a nossa educação, com os nossos servidores, que cuidam da educação. Portanto, aqui em Sergipe nós estamos sim, não só solidários, mas participando nesta luta para que o governo do Estado respeite aqueles que querem o futuro dos nossos filhos, da nossa educação, que respeite aqueles que de fato põem a mão na massa para construir uma sociedade mais justa”, disse o coordenador nacional do MST em Sergipe, Zé Roberto.
“Nós, trabalhadores, temos que estar unidos nessa luta porque não é possível que os trabalhadores não entendam que o governo do Estado quer acabar com a educação pública no Estado de Sergipe. Estamos aqui em solidariedade aos trabalhadores e professores do Estado de Sergipe trazendo apoio de toda a categoria petroleira”, disse Ivan Calasans, conselheiro fiscal do SINDIPETRO SE/AL.
“A gente não pode desenvolver um ensino de qualidade sem o trabalho do professor e da professora. Os trabalhadores param porque eles estão sendo desrespeitados naquilo que é muito caro, a luta histórica dos trabalhadores da educação, que é o seu direito a continuar exercendo sua função pública, e para isso ele precisa ser remunerado de acordo com aquilo que existe no próprio estatuto, com o seu plano de carreira e que o governo do Estado está deixando de cumprir”, disse a professora e vereadora de Aracaju, Sônia Meire.
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