Mulheres do Ministério Público de Sergipe no 8 de março: desafios, conquistas e representatividade


No contexto do Dia Internacional da Mulher, homenagens e reflexões permeiam uma data marcada pela luta por equidade e respeito em todo o mundo. Dessa forma, é crucial debater sobre as barreiras e contribuições das mulheres em instituições públicas e, mais especificamente, no Ministério Público de Sergipe (MPSE) em meio às demonstrações profissionalismo, competência e comprometimento com a defesa dos direitos e interesses da sociedade sergipana.

Atualmente, as mulheres têm desempenhado um papel cada vez mais significativo no MPSE, trazendo perspectivas diversas e buscando a equidade de gênero no exercício das funções públicas. Esse quadro, entretanto, ainda está longe de representar a total equidade entre homens e mulheres.

É o que pensa Laís Gomes, técnica lotada no setor de Almoxarifado do MPSE. Para ela, ainda há um caminho a percorrer nessa busca por igualdade. “Efetivamente, a representatividade da mulher em cargos da Administração Pública em geral e em especial no MPSE é, ainda, muito aquém do necessário para haver mudanças que possam ser concretamente sentidas no nosso cotidiano”, reflete a servidora.

Laís: “representatividade no MPSE ainda está aquém do necessário”

Ela acredita, entretanto, que essa perspectiva tende a mudar. “Lentamente, estamos conquistando direitos e ganhando espaço no mercado de trabalho à medida que nos é cobrada muita resiliência, persistência e força para nos mantermos na luta todos os dias”, reflete.

PROFISSIONALISMO E DINAMISMO

Essa opinião é compartilhada por Natália Natália Prata, analista lotada na Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor. Ela defende a potência, criatividade e competência trazidas pelas mulheres no MPSE cotidianamente. “Eu enxergo a mulher dentro do Ministério Público como uma força de trabalho que alia técnica, bom senso, dinamismo, acolhimento e eficiência”, avalia, destacando o orgulho por fazer parte de um gabinete formado exclusivamente por mulheres.

Natália diz ainda que vê as mudanças acontecendo na sociedade, naturalizando cada vez mais as mulheres em posições de destaque e liderança. “Sinto e percebo que a cada dia que passa preenchemos os espaços de uma forma mais natural, colhendo os frutos de uma luta histórica para o reconhecimento da mulher como capaz de exercer qualquer papel que ela deseje. A própria sociedade, hoje, já consegue reconhecer a importância da nossa presença em todos os níveis, embora algumas barreiras ainda precisem ser superadas”, afirma.

Natália: luta histórica tende a naturalizar as mulheres em posições de liderança

Nessa dicotomia entre barreiras e avanços, entretanto, a desigualdade de gênero persiste em várias esferas, incluindo a remuneração, o acesso a cargos de liderança e a conciliação entre vida profissional e pessoal. O desafio de conciliar maternidade e trabalho, por exemplo, é uma constante em uma sociedade que, culturalmente, atribui papeis diferentes nos cuidados com as crianças.

Além disso, muitas mulheres enfrentam  também obstáculos adicionais no ambiente de trabalho e fora dele provocados pelo machismo, como discriminação e assédio moral e sexual – condições que afetam a saúde física e emocional e prejudicam o desenvolvimento profissional das mulheres.

A vulnerabilidade a violência doméstica também é brutal – seja ela física, psicológica, sexual, moral ou patrimonial. Essas são formas de violência a que mulheres estão constantemente expostas e que, infelizmente, podem acarretar na forma mais extrema de violência: o feminicídio, que atinge níveis alarmantes em Sergipe e no Brasil.

ENFRENTAMENTO ÀS DESIGUALDADES

Para combater essas distorções e promover a equidade de gênero no MPSE, é fundamental que a instituição adote medidas concretas para garantir a igualdade de oportunidades e o respeito aos direitos das mulheres.

“Isso inclui a implementação de políticas de combate à discriminação e ao assédio, a promoção de programas de capacitação e desenvolvimento profissional voltados para as mulheres, políticas específicas para mães-servidoras – indo além do auxílio-educação infantil já concedido – e a criação de espaços institucionais de diálogo e participação que permitam às servidoras contribuir de forma efetiva para a construção de uma instituição mais inclusiva e justa” defende Mariana Rocha, coordenadora de Políticas Sociais do SINDSEMP.

Mariana Rocha defende a elaboração de políticas específicas para reduzir a desigualdade de gênero no MPSE

Neste sentido, é importante destacar o papel do SINDSEMP na defesa dos direitos das mulheres no MPSE. O SINDSEMP tem trabalhado em conjunto com as servidoras para identificar e enfrentar os desafios enfrentados por elas no ambiente de trabalho e para promover a equidade de gênero e a valorização das mulheres no Ministério Público.

Em meio às lutas contínuas por ambientes de trabalho igualitários e com representatividade, as palavras de Laís ecoam como um lembrete poderoso da importância da união e da persistência. Essa jornada, embora desafiadora, é marcada pela solidariedade e pela determinação em construir um cenário de equidade. “O caminho provavelmente jamais terá fim, mas nossa união é linda e capaz de nos sustentar e nos manter firmes. Toda luta vale a pena por nós e pelas próximas gerações”, reflete Laís.

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