13 de maio – a abolição da escravidão veio pelas mãos do povo preto


Neste 13 de maio, é importante lembrar que a narrativa da abolição da escravidão no Brasil é frequentemente embranquecida, minimizando o papel fundamental do povo preto na sua própria libertação. É essencial reconhecer a luta e a resistência histórica dos negros e negras que se rebelaram, se organizaram e se mobilizaram pela sua própria liberdade.

A abolição não foi um ato benevolente da elite branca, mas sim uma conquista arrancada com sangue, suor e lágrimas do povo preto. É preciso valorizar e enaltecer o protagonismo dos nossos ancestrais que enfrentaram a violência, a exploração e a desumanização da escravidão.

Hoje é dia de enaltecer o protagonismo preto e de lembrar de nomes como Adelina, Maria Firmina dos Reis, Luís Gama, José do Patrocínio, Machado de Assis, Francisco José do Nascimento (o Dragão do Mar), Luísa Mahin, entre tantas outras lideranças. A Lei Áurea e outras legislações anteriores apenas representam o reconhecimento do Estado brasileiro a essas lutas.

Mais do que uma celebração vazia, este 13 de maio deve ser um momento de reflexão crítica sobre a história e a realidade do racismo estrutural no Brasil. Devemos reconhecer e combater as formas atuais de opressão que continuam a afetar a população negra, como o genocídio nas periferias, a exclusão do mercado de trabalho e a invisibilização cultural.

Que este dia da abolição seja um convite para reafirmarmos a luta por justiça racial e para valorizarmos a história, a cultura e as contribuições do povo preto para a construção deste país. Afinal, a libertação só será completa quando a voz e o poder dos negros e negras forem plenamente reconhecidos e respeitados.

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